Com 20 anos, quando morei na Alemanha, eu não falava muito bem inglês, e tinha medo que acontecesse alguma coisa se viajasse sozinha. Muitas vezes este medo me impediu de ir para lugares que queria muito (mas as outras pessoas não). Sendo assim, agora com 40 anos, mais corajosa e sem (quase) nada a perder, decidi ir para o Egito sozinha.
O Egito é um país bastante diferente do Brasil em termos culturais, então resolvi contratar um pacote de turismo de dez dias com uma agência. Quando cheguei no aeroporto do Cairo tinha um egípcio me esperando (antes que eu retirasse a mala) com uma plaquinha com meu nome. Me senti uma celebridade. Ele ficou comigo até minha mala vir (uma hora depois da chegada do meu avião), depois passou comigo pela barreira policial (recomendo contratar uma agência nem que seja para isso: havia uma fila enorme, guardas com caras emburradas abrindo todas as malas de todas as pessoas e encontrando alguma coisa para complicar a entrada). Eu passei direto.
Já no hall do aeroporto lembrei que não tinha trocado dinheiro, e queria muito dar uma gorjeta para o meu ‘anjo protetor’. Ele disse que o câmbio depois da alfândega estava fechado, que só tinha lá dentro. Se passasse naquela alfândega de novo estaria dando sorte ao azar, aí perguntei se ele iria para mim. Prontamente ele pegou meu dinheiro e sumiu. Meia hora depois (eu pensando que já havia sido enganada) ele voltou com minhas libras egípcias e um recibo do câmbio e eu já estava amando aquele país.
Saindo do aeroporto pensei que iria encontrar um ônibus com vários turistas. Não. Era uma van com um motorista me esperando, com ar condicionado ligado (a temperatura em julho chega a mais de 40oC) e água gelada. Os dois me levaram para o hotel, em nenhum momento percebi qualquer olhar, qualquer sorriso, qualquer insinuação. Aqui vai a minha dica: não acredite em tudo que escutar, procure blogs e reportagens de pessoas que já foram ao lugar, não pessoas que acham que um lugar pode ser perigoso e já dizem que é. Eu tinha muito medo de ir para o Egito mas, pela minha experiência, é um dos países mais seguros para viajar hoje em dia. Vocês vão entender por que fiquei com essa impressão.
Cheguei no meu hotel com vista para as Pirâmides, nem acreditei quando vi, finalmente, aquelas três pirâmides lindas que eu sonhei em conhecer pessoalmente desde que comecei a estudar história egípcia na quinta série do ensino fundamental. Quase não dormi pensando em acordar e chegar bem pertinho delas!
1o dia: Conheci o guia que iria me acompanhar por toda a viagem, Mohamed. Para a minha surpresa ele falava português, e muito bem! Inteligente, estudou Letras e a especialização dele é em história hispânica. Sabe tudo sobre política (não só do Egito, mas do Brasil e de outros países também), culturas, economia e, principalmente, como ser gentil e educado. Ama o que faz, e sempre quer saber mais. Chegou a chorar quando fui embora de tão amigos que ficamos (claro que eu não chorei, parece que essa parte foi tirada de mim por causa da minha descendência alemã, mas fiquei triste em pensar que provavelmente nunca mais veria ele de novo). Continuamos em contato por WhatsApp e Facebook até hoje, várias vezes acordo com saudades do Egito e mando uma mensagem de “Bom Dia” para ele. Ele responde na hora, e fica por aí a nossa conversa. Mas ele é, e sempre será, meu melhor amigo egípcio.
Lá vamos nós para a minha van privada, andamos dois minutos e chegamos nas Pirâmides de Giza (Quéops, Quefren e Miquerinos). A experiência é D-I-V-I-N-A. Estar naquele lugar lindo, imenso, mágico, no meio de uma cidade completamente bagunçada e histérica, é maravilhoso. Pensei que, se naquela hora jogassem uma bomba e eu morresse, não lamentaria pela minha vida, mas pela perda da humanidade. A maior pirâmide é a de Quéops, que demorou mais de vinte anos para ser construída, estimam que foram 100 mil trabalhadores construindo ela. Originalmente tinha 54m de largura e 147m de altura (agora tem 111m), e possui 2.300.000 blocos de pedras encaixados. Entrei na pirâmide, subi uma escada quase que deitada para chegar numa sala sem nada (absolutamente nada), somente um sarcófago vazio.
Sim, sem graça para quem não tem imaginação. Na minha cabeça passou: quem é esse louco que colocou tanta gente para trabalhar para fazer um túmulo para a sua morte? Incrível a crença que eles tinham na vida após a morte. E isso me fez pensar: ainda hoje as pessoas acumulam bens para a posteridade, em vez de usufruir em vida. Para que? Na ideia deles eles iriam voltar e estar com todo o ouro e coisas valiosas na outra vida, mas o que aconteceu foi que TUDO – inclusive o corpo deles – foi roubado. Inclusive a porta que eu entrei para chegar no sarcófago foi escavada por ladrões! Sendo assim, um conselho: não deixe herança, ensine seus descendentes a trabalhar; viva a vida, aproveite cada minuto e, se tiver uma vida depois da morte, comece de novo! Tudo de novo!
Depois de ver essas maravilhas da humanidade (as Pirâmides são as únicas das 7 maravilhas do mundo antigo que ainda permanece de pé), fui para o Museu do Cairo. O museu é enorme, lindo, mas não tem ar-condicionado e o calor lá fora era 41oC. Dentro, 37-39oC. Comentei com o Mohamed que eles deveriam colocar um ar-condicionado central para ficar mais agradável a visita, aí entramos no assunto dos países subdesenvolvidos (onde o Brasil se encaixa nessa tese também): a administração nem sempre é feita por pessoas que se dedicam profundamente ao patrimônio; normalmente são cargos políticos, e os cargos políticos nem sempre são dados a pessoas que tem amor ao cargo. Eu sempre acho que as pessoas que gerem ou possuem um cargo de coordenador ou curador ou administrador de um museu deve ser alguém que gostaria de morar naquele lugar, que cada obra que chega ele quer saber tudo, não uma pessoa que fica numa sala (com certeza com ar-condicionado) assinando papéis e esperando o expediente terminar.
Continuando a falar sobre o Museu do Cairo... O que mais me chamou atenção foi a tumba e o(s) sarcófago(s) de ouro de Tutankamon. A história dele é famosa, mas o que mais me impressionou é que ele tinha 19 anos quando morreu. Ele foi Faraó aos 9 anos, só teve 10 anos de trono. O local onde ele foi enterrado foi encontrado por acaso em 1922, pois estava abaixo de outro (que já havia sido saqueado) e por isso ele é tão famoso: seu túmulo foi encontrado intacto. Como ele morreu muito cedo, o túmulo dele não era tão suntuoso como os outros (fiquei imaginando os outros que foram saqueados!). Hoje ele é famoso e conhecido não pelas coisas que ele fez pelo Egito, não por ser um ótimo Faraó, mas sim porque ele teve o túmulo encontrado praticamente intacto, com todas as riquezas. Muitos outros nem sequer são citados – muito mais importantes, mais relevantes, mas, como quando encontraram os túmulos destes eles já haviam sido saqueados, não possuem nenhum valor para as pessoas hoje em dia. O que me faz pensar de novo: tu podes ter milhões nessa vida, mas se você mostrar pode ser roubado, saqueado ou sequestrado; se você esconder, talvez daqui alguns anos alguém vai encontrar o seu ‘tesouro’ e vai saqueá-lo.
Fiz uma tatuagem de henna no Khan El-Khalili Bazaar, o mercado público do Cairo. Se vende de tudo, mas eu só fiquei sentadinha bebendo meu chá de hortelã delicioso e ouvindo os músicos da mesa ao lado (eram uns 8 homens, tocando diferentes instrumentos. Poderíamos comparar com o nosso pagode). Resumo do dia: pensa numa viagem intensa. Caí nos braços de Orfeu e acordei 6h depois, pronta para o segundo dia!
2º dia Viajamos três horas na minha van particular para Alexandria, o berço da civilização. A cidade é linda, fica na beira do Mediterrâneo, é uma cidade que com certeza eu poderia morar para sempre. O passeio começou com a Coluna de Pompéia (ou Pompeu). Não se preocupem que não vou me apegar à história, mas só às curiosidades. Vi aquela coluna e pensei: “tá, vou tirar uma foto e vamos embora, na Grécia as colunas são muito mais bonitas”. Mas o detalhe é o seguinte: ela tem 26 metros de altura, e é um bloco só! O peso é estimado em 285 toneladas! Hoje em dia, para levantar (simplesmente levantar) 285 toneladas vai ser muito difícil, mesmo com toda a tecnologia atual. Como fizeram isso em 400 d.C.?
Depois fomos para o Forte Qaitbey, que foi construído no século 14 para defender Alexandria dos avanços do Império Otomano. Não adiantou muito: os otomanos dominaram o Egito em 1512, mas o forte foi reconstruído e é lindo! De um lado vemos o Mar Mediterrâneo, e do outro lado vemos a cidade de Alexandria.
Em Alexandria encontramos a biblioteca mais linda e moderna do mundo. Ela foi uma das mais célebres bibliotecas da história e um dos maiores centros do saber da Antiguidade. A construção foi patrocinada por Ptolomeu que, sendo um apreciador da filosofia grega – tal como seu antecessor Alexandre, o Grande – apoiou a criação de diversas escolas sediadas na Biblioteca, além de Museus e coleções permanentes. Ela foi incendiada e destruída, mas, em 2002, foi reconstruída e é magnífica. Ela possui mais de 3.000 lugares para sentar e milhões de livros, inclusive digitalizados.
3º dia Pela manhã peguei um avião (com o Mohamed, meu guia querido) para Aswan (ou Assuan), uma cidade bem ao sul do Egito, onde localiza-se a barragem do Rio Nilo e o Lago Nasser, que tem 500km2, sendo que 350 ficam no Egito e 150 no Sudão. É a única fonte de energia do Egito.
Depois fomos para o Templo de Philae, dedicado à Ísis, deusa do amor. Esse templo foi movido para a Ilha de Angélica, porque com a represa ficaria submerso no Rio Nilo.
De Aswan iniciei um cruzeiro pelo Rio Nilo. Fui alojada no meu quarto, depois saí para fazer um passeio de firuca, um barco sem motor que anda com o vento. Como não tinha vento, me transferiram para um barco a motor. Paramos na beira do Rio Nilo para um banho. Pensa na emoção de tomar um banho no Rio Nilo... indescritível.
Para melhorar ainda mais o dia, fui visitar uma Aldeia Núbia de camelo! Meia hora à beira do Rio Nilo em cima de um camelo, bem relaxada e refrescada depois de um banho gelado. Os núbios podem ser considerados os nossos índios: eles foram retirados de suas terras pela construção da barragem e possuem seus próprios costumes: eles não tem cachorro de estimação, eles tem jacarés de estimação! Tomei um chá na sala da casa de uma família (é tudo aberto, a “sala” é um local comum para toda a família, eles ficam sempre juntos, só tem quartos separados).
4º dia No quarto dia de turismo saí da minha ‘casa flutuante’ e fui visitar o Templo de Kom Ombo. Esse templo foi construído há mais de 2000 anos e é o único templo duplo egípcio, dedicado a duas divindades: um lado do templo é dedicado ao deus crocodilo Sobek, deus da fertilidade e criador do mundo; o outro lado é dedicado ao deus falcão Hórus. Sua estrutura indica que havia tribunais, salões, santuários e quartos duplicados para os dois deuses. Outra característica encontrada no Templo é o nilômetro, uma ferramenta que servia para medir o nível de água do Rio Nilo durante as cheias.
5º dia Fui muito cedo para o Templo de Hórus, localizado na cidade de Edfu. Uma quantidade de carruagens lindas nos esperava para chegar lá ainda antes do nascer do sol. Quando cheguei perto quase vomitei com o cheiro de cocô de cavalo. Só não vomitei porque não tinha tomado café-da-manhã (acho que eles já fazem esse passeio cedinho pensando nisso). Mas, como tudo na vida, me acostumei rapidinho com o cheiro (e também a carruagem começou a andar, amenizando o odor).
O Templo de Hórus é muito lindo e é considerado o mais impressionante de todos os templos ao lado do Rio Nilo entre Aswan e Luxor. Ele é um templo que foi construído 2000 anos depois dos demais, então ele está muito mais conservado que os outros. As gravuras nas paredes relatam a história mitológica do deus Hórus, rituais e oferendas, sempre representando o deus nas lutas contra os seus inimigos.
Depois fomos para o Templo de Karnak, em Luxor. O templo é deslumbrante. Sem dúvidas é um dos cartões postais do Egito, e uma das maiores maravilhas arquitetônicas do mundo. Ele se desenvolveu num período de 1500 anos, passando de geração a geração de faraós (como Hatshepsut, Tuthmose III, Seti I e Ramsés II) e reinados, o que resultou numa coleção de templos, santuários, colunas e outras estruturas incomparáveis. Também vemos uma avenida com esfinges de ambos os lados que liga este templo ao templo de Luxor.
À noite, 3x por semana, é oferecido um show de som e luzes no templo de Karnak, o qual conta um pouco da história do mesmo. As imagens dos faraós são projetadas no próprio templo, recomendo assistir.
6º dia O dia iniciou antes do nascer do sol: um passeio incrível de balão sobrevoando Luxor no nascer do sol. Inacreditável, inexplicável.
Depois fomos para o Vale dos Reis, onde muitos faraós estão enterrados (ou melhor, estavam). É um local onde só pessoas autorizadas e que trabalhavam no local podiam entrar. Elas eram contratadas para construir os túmulos, e só elas podiam saber a localização. Essas pessoas inclusive moravam em locais afastados da cidade, e não podiam ter contato com as pessoas de fora, pois os faraós tinham medo que elas contassem onde eram os túmulos deles e as pessoas roubassem o seu tesouro.
Não é permitido tirar fotos dentro do local onde ficam os sarcófagos. Mas os guardas, normalmente, se oferecem tirar. É que lá só pode entrar o turista, não pode entrar o guia. Obviamente eu entrei sozinha, pedi para tirar foto e, depois que ele tirou, dei uma nota de 50 para ele. Ele começou a me xingar e queria mais dinheiro. Eu disse que não tinha e saí correndo com medo. O guarda que estava na entrada me parou e pediu para que eu desse o meu celular para ele. Fiquei mais apavorada ainda! Ele sentiu que eu iria ter um chilique e me deixou sair. Depois entendi que o que eu estava dando era tipo, menos de um real. E eu não sabia! Foi mal…
Ainda no mesmo dia fomos para o Templo da Rainha Hatshepsut, também conhecido como Djeser-Djeseru. Ele foi construído para a faraó da Décima Oitava Dinastia – a rainha Hatshepsut, e também ao deus Amon rá. Hatsepsut significa “primeira entre as mulheres nobres”, e ela foi a única mulher Faraó que se tem conhecimento na história egípcia.
Hatshepsut se tornou rainha do Egito quando se casou com seu meio-irmão, Thutmose II, quando tinha 12 anos. Como faraó, Hatshepsut teve sucesso em restabelecer relações comerciais que haviam sido desbaratadas por uma ocupação estrangeira do povo hicso. É esse sucesso em questões econômicas que a levou a ser considerada uma governante tão bem-sucedida. Ela também construiu uma viagem marítima para explorar terras, um lugar localizado na costa nordeste da África, onde eles costumavam negociar com os habitantes trazendo de volta “maravilhas”. Como resultado dos esforços de Hatshepsut, o Egito desfrutou de um período de prosperidade econômica durante e após o seu governo. O número de projetos de construção realizados e a elevação do estilo arquitetônico durante seu governo são evidência da prosperidade econômica que o Egito desfrutou durante seu reinado, bem como seu desejo de imortalizar sua influência como governante do Egito. A construção mais famosa atribuída a Hatshepsut é seu templo mortuário, conhecido como Deir Al-Bahiri ou Templo de Hatshepsut. O design único de colunatas deste templo ainda é admirado pelos historiadores da arte como inigualável até a ascensão da Grécia Clássica. A múmia de Hatshepsut foi encontrada e identificada no Vale dos Reis em 2007.
Depois visitei a Mesquita Abolo al Haggag no centro de Luxor. Achei a atmosfera incrível; com o calor, toda a família vai para a Mesquita, mas as mulheres e as crianças ficam mais tempo sentadas do lado de fora, no ventinho. As crianças vinham até mim e queriam tirar foto comigo, com a Shakira (ahahaha, sim, eu era a Shakira no Egito).
7º dia Visitei o templo de Osíris, em Abydos. Esta cidade é um dos lugares religiosos mais importantes do antigo Egito. Assim como os muçulmanos modernos anseiam em fazer a peregrinação até Meca pelo menos uma vez na vida, os antigos egípcios sempre desejavam visitar Abydos, o qual para eles simbolizava a entrada para a próxima vida.
Por causa das crenças religiosas e funerárias ligadas ao local, muitos faraós foram forçados a escolhê-lo como a sede de seus monumentos sepulcrais para serem enterrados ali. Por essa razão, no passado, a imensa área de Abydos estava coberta de inúmeros cemitérios, lagos e templos antigos, incluindo o templo de Osíris.
A lenda diz que o irmão de Ísis, Seth, matou Osíris e esquartejou-o em 14 partes. A cabeça foi encontrada por Ísis em Abydos. Ísis juntou suas partes para conceber um filho dele, Hórus. O templo fica há umas 3 horas de Luxor, mas vale muito a pena a viagem, pois as suas paredes são conservadas e os adornos ainda estão coloridos (diferentes dos outros templos).
Nessa viagem eu vi o quanto o turista está protegido no Egito. No Cairo, em todos os templos têm vários seguranças armados fazendo a proteção; nas viagens para o interior, viaturas acompanham as vans para que não tenha nenhum problema com os turistas. Vários artigos falam que o Egito é perigoso, e é por isso que eu resolvi escrever os meus artigos: eu fui sozinha e não passei por absolutamente nenhum problema. Claro, o principal motivo foi porque tinha o Mohamed sempre do meu lado. Se ele não estivesse, com certeza me incomodaria com os vendedores de qualquer coisa, eles são incansáveis: perseguem, encostam, te oferecem absolutamente tudo (tudo mesmo). Eu, que não tenho muita paciência para isso, ficava muito feliz quando o Mohamed falava em árabe com eles e eles desapareciam.
Depois fomos para o Templo de Dendera ou Templo de Hathor, o monumento que foi construído para servir de adoração à deusa egípcia Hathor – a deusa da alegria, da música e do amor. A Deusa Hathor era esposa de Hórus, filho de Ísis e Osíris. O templo é lindo, com muitas colunas com gravuras representando o rosto de Hathor. Uma lástima é que todas as gravuras dela estão picotadas, fruto do vandalismo da era cristã, quando o templo foi usado como igreja. Em muitos locais as representações também apresentam coloração chamuscada, pois tentaram colocar fogo para destruir as pinturas.
Hathor era uma das divindades mais importantes do Egito Antigo, era muito venerada pelo povo e existiam mais templos dedicados a ela do que a qualquer outra divindade feminina, no Egito e fora dele: em Deir El Medina, Luxor; na Ilha de Philae, Aswan; no templo de Hatshepsut, Luxor; Serabit al-Khadim, Sinai; Hazor, Canaã.
8º dia Voltei para o Cairo e fui visitar as principais mesquitas da cidade: Al-Nasir Muhammad Mosque e a Mesquita de Alabastro (Muhammad Mosque).
Depois fui na Cavern Church, o local onde Maria, José e Jesus ficaram durante 3 anos e meio quando saíram de Jerusalém. O dia era 23 de julho de 2018. No mesmo dia 23 de julho, 5 anos antes, eu estava na casa onde Maria ficou até assuntar aos céus. Nas duas vezes eu não sabia qual seria o itinerário, então eu considero esse um dia sagrado para mim, pois estar no lugar onde Jesus, Maria e José, para mim, são lugares sagrados.
Para encerrar a viagem com chave de ouro, assisti o pôr do sol nas pirâmides e depois um show de luzes inacreditável. Se tiver que escolher entre o show de luzes no Templo de Luxor ou nas pirâmides, escolha o das pirâmides. É inesquecível.