A viagem mais aguardada desde minha chegada em Londres: Islândia, a terra do gelo. Não sei o que me fez desejar ir para lá, mas comecei a pensar em algum lugar especial para passar o dia do meu aniversário e só vinha Islândia, Islândia, Islândia na minha cabeça. Comecei a ver passagens. Preço ok. Pesquisei hotéis no Booking.com e começou a ficar um pouco mais caro… Mas eu poderia ficar com o meio-termo, um nem tão ruim mas nem tão caro. Meu presente de aniversário. Nessa época eu ainda não ficava em Hostel. Uma pena, porque mal e mal parei no quarto do hotel, a Islândia tem muitas atrações para oferecer.
O dia do meu aniversário foi lindo, um presente! Reservei um passeio para ver cachoeira (Skógafoss), praia de areia vulcânica (Black Sand Beach, Vik), e o lugar mais lindo do mundo: a lagoa Glacial (Glacier Lagoon, Jökulsárlón).
A primeira parada foi na cachoeira Seljalandsfoss, e depois na Skógafoss. Foi o primeiro contato com o frio na sua potência máxima. Água de cachoeira mais vento gelado mais neve dava uma sensação térmica de - 20oC, mas estava só -8oC (risos). Mas a beleza é tanta que a gente esquece do frio. O horário que chegamos na cachoeira foi 10:30h, quando o sol recém tinha nascido. Nessa época o dia começa 10:30h e termina 14:30h. Para aumentar ainda mais a sensação de congelamento, subi 430 degraus para ver a cachoeira Skógafoss de cima. A vista lá de cima é linda, mas muitas vezes achei que sairia voando com o vento. Não tendo nenhuma montanha ou parede para proteger, o vento era ainda mais forte. Para a minha sorte não voei, estou aqui para contar essa história.
Depois fomos para a praia de areia vulcânica Black Sand Beach, Vik. O sol continuava na linha do horizonte, e o frio só aumentava. Acho que eu nunca tinha ido com tanta roupa para uma praia!
Seguimos para a Lagoa Glacial (Glacier Lagoon, Jökulsárlón). A lagoa fica ao lado da Diamond Beach Ice. Essa praia tem esse nome porque na areia vulcânica se espalham pedras de gelo provenientes da lagoa, que pela forma parecem diamantes gigantes. O frio chega a doer, a temperatura variou entre -5oC e -10oC, mas o dia inteiro tinha sol. Não que aquecia, mas é interessante que ele permanece na linha do horizonte desde que nasce até que se põe. Parece que a gente sempre está vendo o pôr do sol. Ou o nascer do sol. É mágico. A combinação do pôr do sol com as geleiras é inacreditavelmente incrível. Se um dia tiver oportunidade, vá no inverno. E depois volta para ver o sol-da-meia-noite. Ainda não fui no verão, mas está na lista!
O dia seguinte amanheceu completamente diferente. Neve, muita neve. O sol mal e mal apareceu e na noite anterior havia nevado direto, então toda a paisagem ficou branca. O destino de hoje é o Golden Circle, que inclui 3 atrações: o Pingvellir National Park (Patrimônio Mundial da UNESCO), as cataratas de Gullfoss e os Geysers. É uma rota imperdível de quase 300km. Os Geysers são áreas vulcânicas ativas, que ‘cospem' água com temperatura de até 120oC. A água sai praticamente só vapor por um buraco no chão, é surreal. O Strokkur é o geyser ainda ativo na Islândia. O Parque Nacional de Pingvellir, é patrimônio Mundial da UNESCO de tão lindo que é. A cachoeira (Gullfoss Waterfall) estava praticamente congelada (vídeo abaixo), o que não tirava a sua beleza.
Depois desse passeio incrível, fui para a Blue Lagoon. Ela possui 6 milhões de litros de água do mar com temperaturas de quase 40oC, rica em sílica e outros compostos minerais, e acredita-se que possuem efeitos medicinais e anti-idade. A temperatura externa era -5oC, então o problema foi sair da sauna e atravessar os 10 metros na temperatura ambiente para entrar na lagoa. Mas é tão diferente e exótico que vale muito a pena ter essa experiência.
O dia tranquilamente poderia ter terminado aqui, certo? Mas não! Como eu estava próxima do Círculo Polar Ártico, fui caçar a Aurora Boreal. Ficamos procurando durante 6h, e nada. É um pouco frustrante, mas o passeio em si é divertido: a gente foi para o meio do nada, longe de Reykjavik, em uma casa que parecia abandonada. Enquanto tomávamos chocolate quente, um dos outros turistas começou a tocar em um piano que estava na casa, as pessoas começaram a conversar, dançar, ninguém nem lembrava mais da aurora boreal (mentira, estava todo mundo fazendo do limão uma limonada rsrsrs). Acabei conseguindo realizar o sonho de ver a Aurora Boreal em Tromso, na Noruega, meses depois.
No outro dia fiz um City tour por Reykjavik antes de ir para o aeroporto. Não desci em lugar nenhum porque estava muito frio, mas a cidade é muito grande e oferece várias atrações. Pretendo voltar no verão para ver a cidade com mais calma e também o sol da meia-noite.