Resolvi iniciar o ano de 2019 de uma forma diferente: fazendo o que mais gosto de fazer: conhecendo um país diferente!
Peguei um ônibus de Paris para Bruxelas às 13:30h do dia 01/01/2019. Cheguei à tardinha, e no inverno já é noite essa hora. Deixei minhas coisas no hotel e sair para conhecer o centro da cidade e comer alguma coisa.
Magicamente, foi a cidade mais iluminada que eu já fui até hoje. Todas as ruas que eu passava tinham luzes de Natal, em cada rua uma diferente da outra, achei lindo. A praça com a tradicional Feira de Natal, muitas pessoas na rua mesmo com o frio. A praça mais linda do mundo (até hoje), para mim, é a Grand Place Bruxelles, e ela também estava toda decorada com luzes de Natal.
No outro dia fiz o passeio do ônibus de turismo. Como já iria embora à noite, era a minha chance de conhecer um pouco mais a cidade. Antes de sair do hotel vi um lugar que me interessou muito: o Atomium. Eu nunca tinha ouvido falar no Atomium, e ele é considerado a Torre Eiffel de Bruxelas. É uma estrutura construída aumentando a estrutura molecular do ferro em 125 milhões de vezes. É um dos lugares mais exóticos que já fui. Ele é lindo por fora e por dentro. Quando a gente entra, eles te obrigam a ver a exposição (todo mundo entra querendo ir direto para o topo, tirar foto da cidade e ir embora, por isso a ‘obrigação’ de ver a exposição.
Num primeiro momento, fiquei indignada (pois meu tempo era muito curto e queria pelo menos fazer o passeio completo pela cidade), mas quando subi na primeira exposição quase desci para agradecer por terem me orientado a subir. Primeiro, tem todas as informações sobre a construção do prédio. Depois, as ligações dos átomos são escadas rolantes com uma iluminação psicodélica e uma música house, parecia que eu tinha voltado 20 anos no tempo e estava numa rave. A exposição era completamente luminosa e musical, dava vontade de ficar lá olhando para aquelas luzes formando constelações a tarde inteira. Fiquei 30 minutos e segui a vida. Mas amei, recomendo muito a visita.
Continuei meu passeio e vi uma Basílica imensa. Achei linda e resolvi descer para agradecer a Deus pela oportunidade de passar o primeiro dia do ano numa cidade nova de um país que ainda não conhecia. Como sempre, valeu muito a pena. A basílica em si é enorme e não tem muitas imagens, mas os vitrais são maravilhosos. Um mais lindo que o outro. E enormes. E alguns bem modernos (no andar de cima). Agradeci não só por estar numa cidade nova num país novo, mas por entrar lá e ver toda essa beleza.
Caminhei mais um pouco pela cidade, ela por si só já é uma atração turística. Um lugar mais lindo que o outro!
Uma curiosidade de Bruxelas: existe um monumento no Centro de Bruxelas conhecido como Manneken Pis (traduzindo: garoto fazendo xixi). Ele é o mais conhecido símbolo do povo de Bruxelas, que representa seu bom humor e sua liberdade de pensamento. Ninguém sabe de onde veio a inspiração dessa tão famosa estátua, que já foi citado no ano de 1451, mas vários locais reproduzem o famoso garoto.
A cidade possui vários prédios com desenhos enormes e lindos. Mais um motivo para passear com o ônibus Hop-On-Hop-Off, do segundo andar as pinturas ficam ainda mais visíveis.
Bruxelas é conhecido como um paraíso gastronômico, principalmente de frutos do mar. Jantamos no Restaurant L’Huîtrière ostras, lagostas e bebemos Champagne. Com certeza essa seria minha última ceia, se pudesse escolher!
Prontos para a primeira aventura de 2019? Sim, a volta para Londres foi uma verdadeira aventura. As passagens de trem e avião estavam tão caras no começo do ano que eu aventurei pegar um ônibus para Londres (sim, eu atravessei o Canal da Mancha de ônibus). Não existe estação de ônibus em Bruxelas, o ônibus encosta num lugar determinado (a gente fica esperando na calçada), a gente coloca a mala no compartimento, apresenta a passagem e entra no ônibus (sem lugar marcado).
O ônibus era para sair 23:15h, ele encostou na calçada 23:35h. Todo mundo colocou sua mala no compartimento e entrou. Aí eu fiquei pensando: “nos aeroportos é tão controlada a entrada para o Reino Unido, aqui mal e mal o motorista olhou meu passaporte...”. Mas fui, naquela hora já não tinha mais opção.
Às 4h da manhã paramos na alfândega da França. Desce todo mundo e mostra passaporte (me senti mais protegida). Sobe todo mundo no ônibus de novo. 200m depois desce do ônibus de novo, todo mundo, para passar na fronteira do Reino Unido (iríamos atravessar o Canal da Mancha, por isso passamos pelas duas alfândegas). Mostra passaporte, volta pro ônibus.
Esqueci de comentar que o motorista era um maluco. Ele era muito estranho, passou horas falando no telefone com alguém (enquanto dirigia), depois fez uma parada de 20 minutos que viraram 45 minutos (por causa dele, todos os passageiros estavam dentro do ônibus esperando). Bom, acho que por causa dele, tivemos que passar de novo na alfândega do Reino Unido. Mas ele estava tão indignado que quase fez um “cavalinho de pau” com o ônibus na frente dos oficiais ingleses. Sério, ali eu pensei que eu não chegaria em Londres. Eu já estava mais tranquila por que todos os meus ‘colegas de ônibus’ estavam dentro da Lei e iriam para Londres, mas quase que o nosso motorista nos empenha. Levou um xingão, baixou a bolinha e a gente conseguiu seguir viagem.
Quatro minutos depois paramos de novo. Esperamos 20 minutos para o próximo vagão. Eu já tinha atravessado o canal da mancha Paris -> Londres de trem Eurostar, mas nunca de ônibus. Pensa na sensação de estar embaixo d’água dentro de uma carroceria de caminhão (sem o caminhão). Naquela hora eu comecei a rezar um pouco mais e resolvi lembrar de todas as coisas boas da viagem até então. Ah, e também fiz bastante meditação, pra esquecer aquela situação.
Passamos. Voltamos à terra. Mesmo com o atraso, a parada de 45 minutos, uma parada na alfândega francesa e as duas paradas na alfândega do Reino Unido, 20 minutos de espera do nosso transporte no Canal da Mancha, chegamos na Estação Victoria em Londres 6h da manhã. Uma hora antes do previsto. Agora vocês entendem porque eu disse que o motorista era doido?