A primeira vez que escutei a palavra Minsk foi em um episódio de “Friends”, quando o namorado da Phoebe conta que iria morar lá. Desde então fiquei muito interessada em conhecer esse país, o que aconteceu muitos anos depois, em 2019.
Minsk ficava há menos de 3h de viagem de trem de Vilnius, na Lituânia, onde eu estava. Fiquei com um pouco de receio de ir sozinha para um país de domínio russo. Decidi arriscar. O que poderia dar errado? Nada!
Claro que é um pouco tenso; já na divisa da Lituânia com a Bielorrússia, o trem para e cerca de 100 policiais entram em todos os vagões para pedir o passaporte dos viajantes. É um pouco assustador, mas depois de duas perguntas “O que você vai fazer na Bielorrússia” e “Quanto tempo você vai ficar?”, eu recebi o carimbo no meu passaporte.
Brasileiro não precisa de visto para entrar na Bielorrússia, mas quando fui comprar meu ticket de trem em Vilnius, a vendedora da estação de trem tinha certeza absoluta que eu precisaria de um visto. Tive que ir na Embaixada da Bielorrússia em Vilnius para ter certeza absoluta que não precisava. E, mesmo lá, num primeiro momento, quiseram que eu fizesse o visto de emergência (que custava 120 Euros) . Demorou meia hora para encontrarem alguém na embaixada para descobrir que eu não precisava do visto.
Cheguei em Minsk de trem às 19:00h. Já estava escuro. Como já tinha ido pra Rússia antes de trem também (e a recepção em St Petesburgo tinha sido por vários taxistas que não falavam uma palavra em inglês), fiquei impressionada que em Minsk tinha até Wi-Fi gratuito na Estação. Resolvi chamar um Uber, já que não tinha uma ideia de onde era o meu Hostel, e também queria saber se era muito caro o Uber lá. Não tem Uber, mas tem o Yandex Taxi. Baixei o aplicativo e chamei um carro. Baratíssimo. E a motorista falava inglês, pra melhorar as coisas.
Cheguei no meu Hostel (que custou US$ 8) e fiquei impressionada: o melhor Hostel que já fiquei na minha vida. Sem nenhum exagero. Tudo era limpinho, arrumadinho, moderno. O banheiro tinha ladrilhos cinza escuro no chão e nas paredes, e todo o resto era de alumínio e espelho. Eles tinham até Concierge no Hostel!
Conheci a Mirrah, minha companheira de quarto na primeira noite. Ela iria embora no dia seguinte, então a convidei para jantar para que ela pudesse me dar algumas dicas de passeios por Minsk. Acabou que a história de vida dela foi ainda mais interessante: ela era filha de russos e tinha nascido nos EUA, pois eles moravam lá na época. Sendo assim, ela falava russo e inglês fluentes, sem sotaque. Na época que eu a conheci ela estava morando em Moscou, e estava passeando em Minsk. Os pais continuavam morando nos EUA, onde ela está agora. Ela disse que prefere morar nos EUA, mas que ela tem uma ligação muito forte com a Rússia.
Fiquei aprendendo algumas palavras em russo enquanto comia meu salmão defumado no restaurante The View que fica no último andar de um prédio na beira do rio que corta a cidade. Vamos aprender algumas palavras em russo?
Привет = Olá
Спасибо = Obrigada
Доброе утро = Bom dia
Доброй ночи = Boa noite
До свидания = Tchau
Saí para andar pela cidade cedo no outro dia. Meu Hostel ficava há 100m da Ópera, então eu estava muito bem localizada na cidade. Quando quero passear a pé por uma cidade, coloco todas as atrações que quero visitar na noite anterior no Google Maps. E também baixo o mapa off line, para saber pra que lado fica a atração. Não tem erro!
Quando cheguei ao centro, uma rua com esculturas de bailarinas me encantou. A cidade respira ballet. O Bolshoi é muito forte na Bielorrússia, e todas as noites têm um espetáculo na "Nacional Academic Opera And Ballet Bolshoi".
Parei para almoçar no Grand Café, um prédio de arquitetura russa lindo e enorme (tudo é grande quando é feito pelos russos).
Depois visitei o Museu Nacional de Arte da Bielorrússia, um museu super eclético, onde havia exposições de esculturas modernas e também quadros que remetiam às guerras. E, claro, como não pode faltar na Bielorrússia, muitos quadros de Lênin
Sempre que entro em uma Igreja Católica e está tendo uma Missa, eu acompanho. Em qualquer lugar do mundo. Não foi diferente em Minsk. Onde eu vi o quadro mais lindo da Virgem Maria com o Menino Jesus. A Igreja Vermelha (Church of Saints Simon and Helena) fica na Praça da Independência, ao lado do prédio da Casa do Governo da República, onde há uma estátua imensa de Lênin. Sim, na maioria dos outros países as estátuas de Lênin foram destruídas, mas em Minsk tem até uma praça em sua homenagem.
Caminhei mais um pouco e fui direto para a Nacional Academic Opera And Ballet Bolshoi, onde consegui um ingresso para assistir a apresentação de Ballet da Anna Karerina. Foi espetacular, tudo. Conhecer a ópera por dentro e ver um espetáculo foi um luxo. E vale lembrar que, mesmo na ópera, você pode encontrar esse tipo de vaso que fica no chão no banheiro. No começo eu estranhava, mas depois me acostumei. Dói um pouco (bastante) a perna para o xixi não respingar, mas o agachamento conta como exercício. Junto com os milhares de passos que se dá quando se está nessa cidade mega interessante e linda.