Voei de Quiribati para Fiji com a Nauru Airlines. Fiz uma escala em Nauru para matar a saudade, dessa vez a foto da janela do avião ficou ainda mais bonita. E o meu primeiro contato de verdade com a pandemia do coronavírus foi em Nauru: eles estavam medindo a temperatura de todos que entravam na sala de espera do aeroporto. Duas horas depois, voamos para Fiji, o país insular mais conhecido da Oceania depois da Austrália e Nova Zelândia.
Quando cheguei fui direto pro meu transfer. Na van conheci a Bollie, uma americana que iria passar um dia em Bali e ir para a Nova Zelândia, mas o vôo dela atrasou e ela, em vez de chegar de manhã, chegou de noite. Convenci ela de ficar no meu Hostel “Tropic of Capricorn” em vez de ficar em um Hotel (eu não conhecia meu hostel, mas ele custava 10x menos do que o hotel que ela iria dormir somente uma noite até 3h da manhã, quando teria que voltar para o aeroporto), e ela amou a ideia. Fomos jantar no Bamboo e depois fomos num bar na beira da praia do lado do nosso Hostel beber mais um pouquinho. Foi uma ótima forma de começar Fiji!
No primeiro dia em Fiji conheci o litoral onde eu estava. Meu hostel ficava na beira do mar, então resolvi caminhar para um lado e para o outro para conhecer minha “vizinhança".
Almocei no Pulmann Hotel, um Kokoda delicioso, prato característico de Fiji (o nosso ceviche com leite de côco).
Depois de assistir o pôr do sol incrível deitada na rede do meu hostel, fui jantar. A praia é a “rua”, todos os bares e restaurantes ficam de frente pro mar, então as pessoas saem de seus hostels e hotéis e vão caminhando pela areia para escolher onde comer e/ou beber. Escolhi jantar no Bamboo novamente. Depois fui para o bar, a vibe é ótima. Comprei nesse bar um bilhete para ir conhecer uma das famosas ilhas de Fiji no outro dia.
Essa é outra vantagem de ficar em hostel: os preços dos passeios são sempre mais baratos. E mais divertidos! E a explicação é fácil: quando contratamos passeios em hotéis, normalmente a faixa etária das pessoas que estão contigo é mais alta, pois pessoas mais velhas preferem o conforto de hotéis. Já quando os passeios são oferecidos em hostels, já tem o pressuposto que a pessoa não tem muito dinheiro. Mas o transporte e o local visitado é o mesmo. E as pessoas são bem mais novas e mais abertas à interação. E é por esse motivo que eu, quando viajo sozinha, prefiro ficar em hostels.
No outro dia fui para Malamala Beach, onde fica o primeiro Beach Club em uma ilha do mundo! O lugar é lindo, a água quentinha e bem verdinha. Fiquei horas nadando com tubarões nenê. Eles ficam bem na beira do mar, têm uns 50cm.
Almocei Kokoda, uma delícia. E sempre com uma água Fiji para acompanhar.
Fomos às 10h e voltamos às 17h. Nosso barco quase ficou no meio do caminho na ida, mas nosso marinheiro conseguiu chegar. A volta foi tranquila.
Fiji’s time (o tempo de Fiji) é a frase que não quer calar. Eles não tem pressa (e nem pontualidade) para nada. E se divertem com isso.
Ainda deu tempo de assistir um maravilhoso pôr do sol na volta pra ‘casa'.
Novo dia: 8:30h a van veio me buscar para ir no Port Denarau. Esse é o principal porto de Nadi, de onde saem a maioria dos tours (os tours em Fiji são quase sempre pela água, para uma ilha distante). Fomos para a Schooner Island, em um barco bem grande e bem equipado. Tinha café da manhã, café, água Fiji (adoro), bubbles... tudo incluído.
A ilha fica há 1:30h do porto, e é completamente deserta. É perfeita para snorkel, a temperatura da água é mais ou menos uns 30 graus. E a melhor parte é que só nosso barco foi para essa ilha. Sendo assim, estávamos em 15 pessoas numa praia deserta de areias brancas e mar transparente e quente. Impagável!
Ah, e também foi a primeira vez que experimentei Kawa. É feito de uma planta e dizem que tem propriedades alucinógenas. Não senti nada, só um gosto de água suja! Mas como dá pra ver no vídeo estava um pouco nervosa, porque estava em uma ilha a mais de uma hora de qualquer lugar experimentando algo novo. Não deu nada, só relaxei ;)
Depois de voltar para o Hostel fui direto para o restaurante do hotel ao lado do meu hostel, que ficava no 5o andar, para ver o pôr do sol de cima. Além do pôr do sol lindo, assisti um show de dança típica ‘do camarote’.
O outro dia foi o dia do descanso. E o dia de escrever. O dia de não ficar no sol. Passei o dia escrevendo embaixo do quiosque do Hostel. Não tem como passar 30 dias viajando e fazendo coisas todos os dias. O corpo precisa de uma parada. Eu ainda estou vermelha, e estou querendo escrever tudo para não esquecer de nada.
Um ventinho bom circula o tempo inteiro. Muito melhor que ar-condicionado! O barulho da única onda do mar que parece uma lagoa acalma. De vez em quando um cachorro que passa pela praia vem me visitar. E tem dois pássaros que ficam me analisando o tempo inteiro.
Quando eu iria perceber tudo isso? Nunca. Por isso férias é tudo de bom. Férias é sair da rotina, é fazer aquilo que a gente quer. Férias é descanso, férias é ficar sem horário. Férias é um período do ano em que fazemos o que não podemos fazer durante o ano. Por isso eu valorizo tanto as minhas férias. Por isso eu organizo tão bem as minhas férias.
Entrei no mar na frente do Hostel na hora do pôr-do-sol. A água tem uns 27 ou 30 graus, fiquei mais ou menos uma hora dentro da água, só contemplando. E rezando. E adorando.
Jantei no Aquarius, e depois fui numa lojinha comprar cartão postal. Selo e tudo. Aí perguntei onde poderia colocá-los e o cara disse: “Eu levo para você no correio”. E sim, ele levou, porque minha mãe recebeu-o.
Jantei meu último Oka e escutei música de Fiji ao vivo. Uma ótima despedida da minha 'casa' nos últimos dias.